Evento do DNIT reúne gestoras ambientais de rodovias de todo o país

 

A UFPR através do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) apresentará no dia 5 de junho, em Brasília, as ações de Gestão Ambiental realizadas na BR-262/MS. Entre os trabalhos, estão os programas de Monitoramento de Fauna e de Educação Ambiental. As atividades realizadas no entorno da rodovia, no trecho entre Anastácio e Corumbá, serão expostas durante o evento que reunirá gestoras ambientais de rodovias federais de todo o país no Dia Mundial do Meio Ambiente. A programação é organizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Uma das ações que serão apresentadas no Dia Mundial do Meio Ambiente pela UFPR/ITTI é o Programa de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna que, durante o período de um ano, vistoriou todas as semanas a BR-262/MS para registrar o local, o número e as espécies de animais atropelados. No trecho de 284 quilômetros entre Corumbá e Anastácio, no Mato Grosso do Sul, foram encontrados 610 animais mortos.

Após o monitoramento, o instituto elaborou a Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna, que inclui em seu programa a implantação de radares nos trechos onde ocorrem mais atropelamentos, além da instalação de telas, de sinalização diferenciada e do corte da vegetação mais densa que prejudica a visibilidade do motorista. Esta proposta será apresentada em forma de uma maquete. Além disso, as crianças que participarem do evento poderão brincar em uma rodovia de brinquedo, que imita os dispositivos de proteção à fauna de uma forma educativa.
A partir dos dados de identificação de pontos críticos de atropelamentos levantados pelo programa e repassados para a Superintendência Regional do DNIT em Campo Grande, quatro radares já foram instalados no trecho de Anastácio a Corumbá, nos quilômetros 575, 590, 636 e 696.

Programa de Educação Ambiental

Iniciada em 2012, através do Programa de Educação Ambiental (PEA), uma das ações da UFPR/ITTI tem como objetivo introduzir a leitura e escrita na língua mãe dos índios no ensino de crianças Terenas das séries iniciais de 15 aldeias dos municípios de Anastácio, Miranda e Aquidauana, atingindo 2 mil estudantes.
Esta é uma forma de incentivar o desenvolvimento de uma escrita para a língua Terena e propagar os conhecimentos destas aldeias, permitindo o resgate de tradições indígenas que, desde a origem, são exemplos de atitudes favoráveis ao meio ambiente. Ao aproximar as novas gerações da experiência indígena em práticas tradicionais – como a construção de casas através da utilização do adobe e palha –, o projeto atende à normativa da Educação Indígena, nova exigência do Ministério da Educação nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

O projeto é uma das demandas identificadas durante as ações que integram a Gestão Ambiental na BR-262/MS. Para desenvolver a ideia, o PEA da UFPR/ITTI conta com a parceria de professores de etnia Terena e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). 

A primeira contribuição do PEA no sentido de estimular o desenvolvimento de uma escrita da língua indígena foi o livro bilíngue O Saci Assobiador: Kali Héui Húmikoti, organizado pela professora Christiane Gioppo e lançado em 2012. Escrita em português e traduzida para o Terena, a obra registra histórias criadas por professores das escolas públicas dos municípios de Anastácio, Miranda, Corumbá e Aquidauana. A tradução foi feita por educadores da etnia.
Algumas das histórias que constam no livro serão apresentadas no evento por índios Terena através de um livro de pano. A técnica de adobe também será demonstrada no local.
Além deste projeto, o PEA trabalha para a construção de Espaços de Leitura nas aldeias dos três municípios. A proposta prevê uma estrutura com local para abrigar o acervo de livros, duas salas – uma de reuniões e outra de computadores – e uma secretaria. O projeto foi entregue no início deste ano ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pela professora Christiane Gioppo, em um evento em Lisboa, Portugal, e está sendo avaliado pelo MEC.

Saiba mais sobre a Gestão Ambiental da BR-262/MS

http://br262.com.br.