Engenheiro do ITTI fala sobre projeto de dragagem em trecho do Rio Paraguai
Estudo foi apresentado em Seminário na capital gaúcha
O 7º Seminário de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário Interior – Sobena Hidroviário 2011, realizado nos dias 6 e 7 de outubro em Porto Alegre (RS), contou com a presença de profissionais da área vindos de todo o país. Os professores da UFPR Carlos Nadal, Eduardo Ratton e Maurício Gobbi, o engenheiro civil Philipe Ratton e o coordenador da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Paulo Roberto Coelho de Godoy, representaram o ITTI apresentando o trabalho “Modelagem Hidromorfológica do trecho Passo do Jacaré da Hidrovia Paraguai-Paraná”.
Quem fala sobre o projeto é o engenheiro Philipe Ratton. Confira a entrevista:
De acordo com a pesquisa, como pode definir a situação do local?
Quando começamos os trabalhos, em setembro de 2010, fizemos um levantamento de dados para fazer o projeto de dragagem e o estudo ambiental no trecho. Dentre todos os estudos pudemos identificar a realidade daquele local e calibrar o modelo hidromorfológico que foi utilizado.
Foi implementado um software que simulou a evolução da hidrodinâmica e da morfologia daquele trecho do Rio Paraguai, considerando a interferência da ponte ferroviária existente no local, que foi inaugurada em 1947 e que, desde então, tem causado um processo de assoreamento na região. Devido ao assoreamento surgiram problemas de navegação, pois as embarcações não conseguem passar em período de águas baixas devido à restrição de profundidade.
Quais os impactos desses projetos para a sociedade e para o meio ambiente?
Foi feito um estudo, o Relatório de Controle Ambiental, que fez o levantamento de todos esses impactos, tanto para o meio físico, quanto para o biótico e sócio-econômico. E para cada impacto, principalmente para os negativos, foram definidas medidas mitigadoras e compensatórias com o objetivo de atenuar os impactos negativos ou eliminá-los, através da aplicação de alguns programas ambientais que foram definidos. A maior parte dos impactos é positiva e está inserida no meio socioeconômico, traduzida em melhorias na segurança da navegabilidade naquele trecho, na redução do tempo de viagem dos comboios – na medida em que, ao programar um canal retificado, os comboios conseguirão trafegar pelo trecho sem a necessidade de realizar seu desmembramento. Assim, ao reduzir-se o tempo de viagem ocorre paralalemente a diminuição do custo de transporte (custo de frete), contribuindo para o aumento da competitividade e atratividade desse modal em relação ao rodoviário e ferroviário.
Outro aspecto importante é a integração com outros modais, até porque próximo ao local da dragagem existe um posto que opera essencialmente minério de ferro e manganês e que também está conectado à malha ferroviária do estado do Mato Grosso do Sul.
O projeto, para ser implantado, precisa ser aprovado. Quem deve aprovar esse projeto?
Foram feitos dois estudos: o projeto executivo da dragagem e o relatório de controle ambiental (RCA). A partir do diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômicos, foram definidos os impactos do empreendimento e as medidas mitigadoras e compensatórias. Dessa forma, foi elaborado o RCA, formado pelos programas ambientais que contemplam essas medidas. Esse relatório deve ser aprovado pelo IBAMA, que emitirá uma licença de instalação para que o empreendimento possa ser implantado. Com a licença, o DNIT pode fazer a licitação da obra, e empresa que ganhar realizará o empreendimento. A esperança é que, até o fim do ano, o DNIT publique o edital da licitação para executar essa iniciativa que é fundamental para aquele trecho do rio.
Como foi a apresentação desse projeto no Seminário?
No Seminário participaram engenheiros e técnicos do Brasil inteiro. Houve uma série de apresentações sobre os mais diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento do transporte hidroviário. A apresentação do nosso trabalho teve significativa contribuição na medida em que foi a primeira vez em que se utilizou essa ferramenta de modelagem hidromorfológica com o intuito de se predizer a vida útil de dragagens como solução técnica de engenharia a problemas de assoreamento em canais.
O 7º Seminário de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário Interior – Sobena Hidroviário 2011, realizado nos dias 6 e 7 de outubro em Porto Alegre (RS), contou com a presença de profissionais da área vindos de todo o país.
Os professores da UFPR Carlos Nadal, Eduardo Ratton e Maurício Gobbi, o engenheiro civil Philipe Ratton e o coordenador da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Paulo Roberto Coelho de Godoy, representaram o ITTI apresentando o trabalho “Modelagem Hidromorfológica do trecho Passo do Jacaré da Hidrovia Paraguai-Paraná”. Quem fala sobre o projeto é o engenheiro Philipe Ratton. Confira a entrevista:
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De acordo com a pesquisa, como pode definir a situação do local?
Quando começamos os trabalhos, em setembro de 2010, fizemos um levantamento de dados para fazer o projeto de dragagem e o estudo ambiental no trecho. Dentre todos os estudos pudemos identificar a realidade daquele local e calibrar o modelo hidromorfológico que foi utilizado.Foi implementado um software que simulou a evolução da hidrodinâmica e da morfologia daquele trecho do Rio Paraguai, considerando a interferência da ponte ferroviária existente no local, que foi inaugurada em 1947 e que, desde então, tem causado um processo de assoreamento na região. Devido ao assoreamento surgiram problemas de navegação, pois as embarcações não conseguem passar em período de águas baixas devido à restrição de profundidade.
Quais os impactos desses projetos para a sociedade e para o meio ambiente?
Foi feito um estudo, o Relatório de Controle Ambiental, que fez o levantamento de todos esses impactos, tanto para o meio físico, quanto para o biótico e sócio-econômico. E para cada impacto, principalmente para os negativos, foram definidas medidas mitigadoras e compensatórias com o objetivo de atenuar os impactos negativos ou eliminá-los, através da aplicação de alguns programas ambientais que foram definidos. A maior parte dos impactos é positiva e está inserida no meio socioeconômico, traduzida em melhorias na segurança da navegabilidade naquele trecho, na redução do tempo de viagem dos comboios – na medida em que, ao programar um canal retificado, os comboios conseguirão trafegar pelo trecho sem a necessidade de realizar seu desmembramento. Assim, ao reduzir-se o tempo de viagem ocorre paralalemente a diminuição do custo de transporte (custo de frete), contribuindo para o aumento da competitividade e atratividade desse modal em relação ao rodoviário e ferroviário.Outro aspecto importante é a integração com outros modais, até porque próximo ao local da dragagem existe um posto que opera essencialmente minério de ferro e manganês e que também está conectado à malha ferroviária do estado do Mato Grosso do Sul.
O projeto, para ser implantado, precisa ser aprovado. Quem deve aprovar esse projeto?Foram feitos dois estudos: o projeto executivo da dragagem e o relatório de controle ambiental (RCA). A partir do diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômicos, foram definidos os impactos do empreendimento e as medidas mitigadoras e compensatórias. Dessa forma, foi elaborado o RCA, formado pelos programas ambientais que contemplam essas medidas. Esse relatório deve ser aprovado pelo IBAMA, que emitirá uma licença de instalação para que o empreendimento possa ser implantado. Com a licença, o DNIT pode fazer a licitação da obra, e empresa que ganhar realizará o empreendimento. A esperança é que, até o fim do ano, o DNIT publique o edital da licitação para executar essa iniciativa que é fundamental para aquele trecho do rio.
Como foi a apresentação desse projeto no Seminário?
No Seminário participaram engenheiros e técnicos do Brasil inteiro. Houve uma série de apresentações sobre os mais diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento do transporte hidroviário. A apresentação do nosso trabalho teve significativa contribuição na medida em que foi a primeira vez em que se utilizou essa ferramenta de modelagem hidromorfológica com o intuito de se predizer a vida útil de dragagens como solução técnica de engenharia a problemas de assoreamento em canais.