Proposta inclui implantação de telas, colocação de radares e de placas de sinalização

 

A Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR) foi apresentada, no início de fevereiro, a representantes do IBAMA/MS e do Departamento Nacional de Insfraestrutura de Transportes (DNIT), do Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Esta proposta é resultado do Programa de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna na BR-262/MS, no trecho entre Anastácio a Corumbá que foi realizado no período de junho de 2011 a maio de 2012.

 

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O Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna é um dos 13 programas que compõem a gestão ambiental da revitalização da BR 262, no trecho de 284 quilômetros entre Corumbá e Anastácio, no Mato Grosso do Sul. A gestão ambiental e fiscalização da obra são feitas pela Universidade Federal do Paraná, através do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), em parceria com o DNIT.

 

A partir do monitoramento semanal do atropelamento da fauna, foram identificados alguns trechos, dos 284 quilômetros monitorados, com maior ocorrência de atropelamentos que outros. Com base nestes resultados, a Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna inclui implantação de radares para controle de velocidade, projeto piloto de colocação de telas nos trechos mais críticos e corte da vegetação densa muito próxima a rodovia que prejudica a visibilidade do motorista.

 

Além disso, a colocação de sinalização vertical de advertência (placas amarelas) e educativa (placas brancas) diferenciadas também faz parte das medidas propostas. Estas placas diferenciadas implicam alteração da sinalização, já que o projeto pede utilização de representação da fauna local nas placas. “Colocar desenhos da fauna local nas placas é uma maneira de trabalhar a educação ambiental no trânsito também”, explica a bióloga e coordenadora do Programa de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna no ITTI-UFPR, Marcela Sobanski.

 

O controle dos atropelamentos foi realizado semanalmente, percorrendo a 60 km/h todos os 284 quilômetros da BR-262 entre Anastácio e Corumbá, durante um ano. A cada carcaça avistada eram cadastrados os dados referentes a espécie atropelada, sua localização geográfica e realizado seu registro fotográfico. Feito isto, a carcaça era retirada da rodovia para evitar sua recontagem.

 

Durante essas contagens, foram encontrados 610 animais mortos, sendo 427 mamíferos, 140 répteis e 43 aves. Com as medidas propostas pela equipe do ITTI-UFPR, a expectativa é que esses acidentes diminuam, porém não é possível quantificar antecipadamente essa diminuição. De acordo com Marcela, estudos realizados em outros países apontam redução de 38% dos atropelamentos com a redução da vegetação próxima à rodovia e 87% com a implantação das telas. “A expectativa da diminuição dos atropelamentos é alta. Este é um projeto piloto, e, após sua implantação, haverá um novo período de monitoramento do atropelamento de fauna para mensurar seus resultados”, reitera a bióloga.

A proposta e as medidas ainda necessitam de autorização do órgão máximo executivo de trânsito da União, e não tem data para começar a ser implantadas. Na primeira quinzena de março, uma equipe do ITTI-UFPR se reunirá com representantes do DNIT em Brasília para dar prosseguimento a implantação da Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna.

 

Giovanna Jambersi
Assessoria de Comunicação
ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
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