BR-ITTI_realiza_cobertura_aerofotografica_no_mato_grosso_do_sul_1Em parceria com o Instituto Tecnológico Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), uma equipe técnica do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), realizou na última semana de maio a captura de imagens aéreas da BR-262/MS, no trecho que passa por obras de recuperação, entre a ponte rodoviária sobre o Rio Paraguai e os 82,8 quilômetros que seguem em direção a Campo Grande (MS).

 

As fotografias foram produzidas por meio de um veículo aéreo não tripulado – conhecido como Vant – e devem contribuir no trabalho de gestão ambiental que vem sendo realizado pelo ITTI na região. Com elas, será possível indentificar áreas de passivo ambiental e locais onde foram e ainda devem ser realizadas supressões vegetais, entre outros aspectos do andamento das obras. Segundo o coordenador do ITTI, Prof. Dr. Eduardo Ratton, o método é inovador para estes fins: “Essa foi a primeira vez que um Vant foi oficialmente empregado em um trabalho de monitoramento ambiental em rodovias”.

Equipado com piloto automático e uma câmera fotográfica fixada na parte inferior, o aeromodelo utilizado – uma réplica do hidroavião norte-americano Piper J3 – é capaz de executar de forma autônoma um plano de voo previamente definido, com rotas, altitudes e velocidades pré-estabelecidas. No caso da rodovia, o avião foi programado para voar a 400 metros de altura, com velocidade de 60 km/h e captação de imagens a cada 7 segundos. A possibilidade de voar em baixas altitudes é uma das vantagens do método. “Na aerofotogrametria tradicional, feita com aviões tripulados e profissionais especializados em fotografia aérea, a altitude de voo costuma ficar em torno de dois mil metros, onde a ocorrência de nuvens pode atrapalhar a obtenção das imagens”, explica o pesquisador do Simepar José Eduardo Gonçalves, idealizador da tecnologia. “A baixa altitude ainda garante fotografias com alta resolução a um custo relativamente baixo – principal vantagem do sistema de fotografias em pequeno formato, como o chamamos”.

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Vista aérea de ponte de vazante na BR-262/MS

 

O sistema autônomo também se mostrou vantajoso frente a outras opções para conseguir esse tipo de leitura, como as imagens produzidas por satélite. Segundo os engenheiros do ITTI Philipe Ratton e Sélem Fadel, o resultado obtido com o Vant é superior e mais barato. “Outro ponto positivo é que podemos fazer o monitoramento aéreo com a frequência desejada e comparar o panorama das regiões entre diferentes épocas”, afirma Fadel.

Até o voo sobre a BR-262/MS, o sistema tinha sido utilizado apenas em caráter experimental. “Depois de participar de alguns congressos e estudar diversas aplicações do Vant, percebi uma demanda que ele poderia suprir na área de monitoramento ambiental – principalmente em áreas próximas a rios, de difícil acesso –, se tivesse uma câmera adaptada”, conta Gonçalves. A primeira experiência foi realizada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), para o monitoramento das bordas do reservatório de Moxotó, na Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, na Bahia. 

A equipe do ITTI também aproveitou a passagem pela região para fazer registros do Rio Paraguai, onde deve ser executado o projeto de dragagem do Passo do Jacaré – trecho localizado nas imediações da ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra, no distrito de Porto Esperança, pertencente ao município de Corumbá (MS). Neste caso, as imagens servirão para visualizar o comportamento do rio em diferentes períodos e o atingimento de sua cheia.