Segunda etapa da atividade deve acontecer em maio, quando haverá uma exposição de fotos produzidas por estudantes e professores 

Professores da rede pública de ensino de Corumbá, Miranda e Anastácio participaram, entre os dias 10 e 16 de fevereiro, de uma oficina sobre educação ambiental. Ao todo, 150 profissionais estiveram presentes na atividade realizada pelo Programa de Educação Ambiental (PEA) que acontece durante as obras de recuperação da pista e implantação de acostamentos na BR 262, no trecho entre Anastácio e Corumbá.

 

Dividida em duas etapas presenciais, a oficina tem como objetivo instigar os profissionais de educação, mediante a produção de fotografias, a aguçar e multiplicar junto com seus respectivos alunos a percepção ambiental. Programada inicialmente para acontecer em abril, a segunda etapa deve ser prorrogada para maio para se adequar ao calendário escolar. Até lá, professores e estudantes devem retratar, nas fotos, características típicas do Pantanal (saiba mais sobre a proposta da oficina aqui). O resultado será apresentado ao público em uma exposição fotográfica.

Durante a capacitação, os professores, selecionados pelas secretarias municipais de Educação dos três municípios, ressaltaram a importância de desenvolver com zelo as atividades pedagógicas. O diferencial da oficina, segundo eles, foi a oportunidade de reviver o papel dos estudantes, principalmente no que diz respeito às dificuldades encontradas pelos discentes para realizar um bom trabalho escolar. O professor de História Wellinton Brás, por exemplo, foi um dos 35 beneficiados pela iniciativa em Corumbá. Ele ressalta que a atividade se mostrou como uma alternativa para diversificar o trabalho em sala de aula. “É uma proposta diferente que vai contribuir muito para a nossa prática no dia a dia”, comenta.

 

Já em Miranda, 80 professores, diretores e coordenadores da rede municipal de ensino participaram do encontro. A turma foi dividida em dois grupos de 40 participantes e os trabalhos aconteceram na Câmara Municipal e no Refúgio dos Bugios, espaço onde ocorreu a parte prática do curso. Segundo o prefeito, Neder Vedovato, que esteve presente na apresentação do curso para as autoridades do município, é fundamental que a cidade conte com programas semelhantes ao PEA. “Desde a primeira visita que recebemos da UFPR colocamos a administração à disposição do Programa por entendermos a dimensão das ações voltadas para a preservação ambiental”, afirmou o prefeito.

Por sua vez, o presidente da ONG Refúgio dos Bugios, Adalberto Garrido, destacou a contribuição proveniente do espaço físico para o desenvolvimento das aulas práticas: “Quando criamos o espaço o objetivo central era que ele servisse à educação ambiental. Tenho certeza que os professores que estiveram presentes na oficina serão multiplicadores dessa ideia de preservação”.

Em Anastácio, 38 educadores participaram do curso. A oficina aconteceu no laboratório de informática da Escola Estadual Roberto Scaff. Na ocasião, a professora da UFPR que ministrou as oficinas, Christiane Gioppo, destacou que usar a forma lúdica para explicar uma consequência ambiental é mostrar que a discussão ambiental extrapola aspectos exclusivamente científicos e conceituais: “Falamos dos mesmos assuntos de um jeito diferente e descontraído. A educação ambiental deve utilizar aspectos regionais, que traduzam a realidade na qual os educandos estão inseridos. Trabalhando com aspectos que integram seu dia-a-dia, a criança tende a se motivar mais”.

 

Livro didático para a formação de professores e alunos

Para atingir tal proposta, a professora Christiane Gioppo usará alguns trabalhos já realizados, como um livro-jogo “Um novo começo” (download da versão em PDF), cuja história trabalha a visita do Saci-Pererê a diversos biomas brasileiros. “O Saci é famoso por ser uma entidade que conhece e preserva as matas e no livro ele está em busca de uma área preservada para habitar. Só que no livro ‘Um novo começo’ ele passa pelo Pantanal e não fica, pois considerou que a região é muito diferente da que ele foi originado. A intenção é que os professores encontrem aspectos importantes da natureza do Pantanal, fotografem e convençam o Saci a ficar mais tempo por lá. Para isso, vamos discutir e conhecer outras versões dessa lenda e lançar um desafio para esses professores: quais aspectos do Pantanal fariam com que o Saci pudesse escolher ficar nesse bioma? Quais alternativas seriam viáveis para que ele não fosse embora?”, indaga. LEIA MAIS

 

Livro-jogo
Além da exposição de fotografias prevista para maio, o encontro é parte de um projeto mais amplo: instigar os professores a aprofundar os conhecimentos relativos ao meio ambiente específicos do Pantanal e, a partir dessa percepção, desenvolver um livro-jogo voltado à região. Esse tipo de publicação permite que a leitura dos capítulos seja realizada de forma não linear, possibilitando que o estudante tenha maior autonomia para escolher “caminhos” durante a aprendizagem, conforme sua curiosidade.

Para a professora Christiane Gioppo, os docentes têm todo o potencial para cumprirem as atividades. “Vamos esperar que eles tragam materiais elaborados pelos estudantes, façam uma pequena com relação à cultura local. Esperamos que os professores tragam mais informações sobre relações dos seres vivos com o ambiente em que vivem e incluindo especificamente as relações com os humanos, responsáveis por inúmeras modificações no ambiente. Enfim, há uma série de outras coisas que eles podem discutir dentro da escola”, finaliza.

Programa de Educação Ambiental
O PEA é um dos 15 programas da gestão ambiental executada na região pela Universidade Federal do Paraná, por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI). A Universidade é parceira da Coordenação Geral de Meio Ambiente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (CGMAB-DNIT), responsável pela obra.

Hendryo André (com informações de Mariana Ferreira Cardoso e Sidney Borges)
Assessoria em Comunicação
ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
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