G-Pontes realiza oficinas com públicos impactados pela construção da nova ponte sobre o Rio Paraná
Entre ações de educação ambiental estão mostra com trabalhos realizados em escolas e oficinas com trabalhadores do empreendimento, comunidade próxima à obra e entidade social
Integrantes do Programa de Educação Ambiental (PEA) do projeto G-Pontes realizaram, entre os dias 20 e 22 de novembro, oficinas com os públicos contemplados pela construção da ponte sobre o Rio Paraná, nos municípios de Três Lagoas (MS) e Castilho (SP). Professores da rede pública de ensino das duas cidades, trabalhadores da obra e organizações da sociedade civil foram beneficiados com as atividades.
O PEA é um dos 13 programas socioambientais que são desenvolvidos pelo G-Pontes, um projeto de gestão ambiental que ocorre em paralelo à construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, resultado de uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura (ITTI), e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Em maio deste ano, os professores da rede pública de ensino dos dois municípios receberam oficinas com a temática ambiental e, na última semana, expuseram os resultados. O objetivo do primeiro encontro foi fortalecer os professores como multiplicadores, a partir da participação em atividades como leitura e produção de fotografias e de textos. Os profissionais de ensino puderam desenvolver uma percepção ambiental mais aguçada, identificando aspectos que caracterizam a região e, a partir disso, realizaram atividades em sala de aula e que foram apresentadas na exposição.
No total, 13 das 17 escolas do município participaram da ação que envolveu, segundo a Secretaria Municipal de Educação de Três Lagoas, mais de mil estudantes da rede pública de ensino.
Para a professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR e coordenadora do PEA, Sonia Haracemiv, que avaliou os trabalhos apresentados, o caráter interdisciplinar da mostra se sobressaiu. “Os trabalhos envolveram desde a questão da produção de textos em diferentes gêneros, além de incorporarem conceitos como cidadania, cultura, espaço social, mobilidade e valores”, explica a professora.
Trabalhadores da obra
Como, historicamente, há intenso fluxo migratório em grandes obras de infraestrutura, outro público que recebe a atenção do PEA são os trabalhadores do empreendimento. Entre os temas abordados na oficina está a valorização da região de origem de cada trabalhador. Isso porque o PEA trabalha com a concepção de que o meio ambiente é uma junção entre o espaço físico e as relações dos seres humanos com a natureza e entre si.
Para João Onildo Soares da Costa, de 53 anos, que veio da Paraíba, onde já tinha trabalhado numa obra da mesma construtora responsável pela ponte sobre o Rio Paraná, a oficina possibilitou a chance de discutir aspectos relacionados à temática ambiental. “Ter informação é bom, a gente não fica mais isolado do mundo, tem a oportunidade de ver a opinião do colega e das pessoas que vêm aqui [ministrar a oficina]”, comenta.
Comunidades
Além de um encontro com membros da Vila Jupiá, em Três Lagoas, comunidade de pescadores próxima à obra, houve uma oficina no Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Castilho (GAPAC). Para a presidente da GAPAC, Rosângela Maria Silva, o encontro foi fundamental para reunir diversos setores do município. “A forma de atuação ambiental do projeto foi literalmente a ponte para que a nossa comunidade pudesse se unir em torno dos problemas socioambientais. Por isso, o resultado da oficina foi muito positivo”, explica.
Já Leonildo Alexandre, que é dono de uma oficina mecânica na cidade, acompanhou a oficina e pensou em mais informações para seu novo negócio: a reciclagem. Ele investe na construção de um galpão para armazenar materiais recicláveis. “Percebi que não existe ninguém que coleta este tipo de material aqui e vou investir. Vou ajudar a preservar a natureza e retirar renda dela”, destacou.
Para a professora aposentada Adelvani Ferreira do Carmo Silva e o marido, o comerciante aposentado Antônio Carlos da Silva, é fundamental se preocupar com as questões ambientais. “É preciso cuidar do meio ambiente. Nós ficamos indignados com a postura das pessoas que deixam sacola, lixo nas ruas. É tão simples cada um juntar, cuidar do seu próprio lixo”, comentaram.
PEA
O Programa de Educação Ambiental tem como objetivo fornecer subsídios teóricos e práticos à comunidade em geral, aos trabalhadores da obra e aos profissionais da educação. Para possibilitar a conscientização ambiental de todos os envolvidos busca-se desenvolver uma capacitação continuada, instigando junto aos públicos um permanente processo de reflexão, autoanálise, mudança de atitudes e de valores, bem como a incorporação de práticas de educação ambiental no cotidiano dessas pessoas.
Hendryo André (com informações de Gislene Almeida, especial para o projeto G-Pontes)
Assessoria de comunicação
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