Em 2011 a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Infraestrutura de Transportes (ITTI) elaborou o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) referente ao passivo ambiental gerado na linha férrea ramal Bauru-Garça; no segmento ao entorno do km 380 da via permanente, no município de Gália, no estado de São Paulo; em atendimento à demanda emanada da Ação Civil Pública – ACP nº 0002383-83.2007-403.6111.

A primeira campanha de campo foi realizada entre os dias 14 e 20 de abril de 2011 com o objetivo de buscar informações técnicas, topográficas, geotécnicas, hidrológicas e fitofisionômicas na região do passivo ambiental, originado às margens da ferrovia, com a finalidade de elaborar o PRAD, visando à recuperação da área.

 

O PRAD apresentava como objetivos específicos os seguintes itens:

  • Restabelecer a relação solo/água/planta nas áreas atingidas pelo empreendimento e recompor o equilíbrio em zonas porventura desestabilizadas;
  • Controlar os processos erosivos e minimizar o possível carreamento de sedimentos e a degradação ambiental;
  • Contribuir para a reconstituição da vegetação em suas condições originais,
  • Recompor a paisagem tanto quanto possível.

 

A metodologia adotada para o presente trabalho estava em conformidade com o Termo de Referência emitido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o qual apresentou os objetivos e as diretrizes gerais dos serviços para elaboração do PRAD.

O processo de recuperação de passivos ambientais compreendeu, basicamente, as etapas de:

  • Identificação das áreas a serem recuperadas;
  • Reconformação do terreno;
  • Instalação de sistemas de drenagem;
  • Recomposição vegetal;
  • Tratos culturais e
  • Monitoramento.

 

Para que a situação espacial de cada problema fosse identificada e situada dentro da mesma localização do Parecer Técnico Nº 02/2010 (ANEXO II – Parecer Técnico Nº 02/2010 – Fundação Trompowsky), adotou-se uma subdivisão da área do Passivo Ambiental bastante semelhante a constante no referido parecer, sendo ainda um pouco mais abrangente.

Foram definidas as áreas 1, 2 e 3 sujeitas a passivo ambiental de baixo a intermediário grau de degradação.

Área 1: Área com taludes de corte apresentando erosões de talude localizadas (pequenos deslizamentos), deficiências em dispositivos de drenagem, cobertura vegetal em taludes em estágio inicial de regeneração, presença de espécies gramíneas, vegetação adensada próxima à via permanente, árvores de sucessão pioneira, talude de corte semi-estabilizado.

Área 2: Área com erosões pontuais de taludes (taludes semi-estabilizados), deficiências de drenagem e de proteção vegetal, com solo exposto em declive com presença de erosões de ravina, ocorrência de pequenos deslizamentos.

Área 3: Presença de vegetação adensada junto à faixa de domínio, ausência de passivo ambiental próximo ao Córrego Anhumas, com aterro estabilizado e protegido e mata ciliar ao longo do córrego de águas límpidas.

 

Seguindo-se a ordem de caminhamento a partir de cada área (1, 2 e 3) de Bauru no sentido de Gália, com início na área 1, foi realizado um cadastro dos problemas e/ou situações instaladas, cuja descrição foi acompanhada de registros fotográficos com amarração de coordenadas dos pontos importantes ao estudo e observações pertinentes.

Neste projeto a Universidade foi responsável pelos estudos Topográficos, Geotécnicos, Hidrológicos, Hidráulicos e Climatológicos.

Na época a UFPR apresentou como inovação aos estudos uma análise tridimensional obtida a partir de fotos aéreas e modelo digital de elevação que culminou com um diagnóstico passível de acompanhamento pelos organismos envolvidos, como se fizessem presentes as áreas de estudo.

O PRAD elaborado pela UFPR/ITTI apontou que efetivamente existiam situações localizadas que necessitavam de uma urgente recuperação e implantação de medidas preventivas. Além disso, apontou um Plano de Manutenção e Conservação poderia manter o segmento e os trechos ainda não afetados, evitando importantes custos e impactos ambientais futuros.

 

 

Linha Férrea Bauru-Garça

A linha férrea Bauru-Garça é uma ligação ferroviária existente na antiga linha tronco Oeste (Itirapina-Panorama) entre as estações de Bauru e Garça. Possui 69,880 km de extensão em bitola 1,60m em via singela.

Tratando-se do seu conceito histórico, em 1976, sob administração da FEPASA, o trecho entre Bauru e Garça foi retificado, suprimindo-se oito estações e deixando a eletrificação somente até Bauru. Este novo trecho chegou a contar com três estações de parada: Posto km 358, Aldeia (antigo Pátio 2 e Posto km 373) e Posto km 393.

 

 

Estima-se que o Posto km 358 e o Posto km 393 tenham sido abandonados no início da década de 1980, enquanto a estação Aldeia teve seu uso até meados dos anos de 1990. Com a desativação dessas três estações, a estação de Garça-Nova (inaugurada em 1974) passou a ser a primeira estação depois de Bauru, porém, encontra-se também abandonada.