O Canal de Navegação de Guaíra, localizado entre os municípios de Guaíra/PR e Mundo Novo/MS, foi objeto de estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2008 quando o ITTI elaborou: 1) o Relatório de Controle Ambiental (RCA), necessário para a avaliação da viabilidade ambiental das obras de derrocamento do Canal; e 2) o Projeto de Executivo de Engenharia, para a realização dos Serviços de Derrocamento do Canal Navegável do Rio Paraná.

Os estudos foram solicitados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) com o objetivo de eliminar as limitações impostas à passagem do canal navegável das composições hidroviárias no trecho estudado.

No Projeto Executivo estava previsto o alargamento do Canal para 100 metros ao longo de uma extensão de 1300 metros e o aumento da profundidade para 3 metros, constituindo um importante passo para permitir a navegação comercial durante todo o ano, com minimização dos riscos nas transposições das formações rochosas utilizando os comboios tipo projetados (formação 3×2, com 200m de comprimento e 16m de largura).

 

Situação estudada

Largura do canal: 80 metros

Profundidade: 2,5 metros

 

Situação proposta

Largura do canal: 100 metros

Profundidade: 3 metros

 

Para elaboração do Projeto Executivo foram realizados levantamentos com ecobatímetro e com sonar de varredura lateral com o intuito de mapear com precisão o fundo do Canal. As profundidades medidas foram correlacionadas com os níveis d’água na Barragem de Itaipu e na Ponte de Guaíra, visando determinar as condições reais de navegabilidade em diferentes épocas do ano.

 

Os estudos geológicos consistiram em levantar aspectos fisiográficos, com detalhamento da geotecnia local através da coleta de amostras de rochas por meio de sondagens realizadas ao longo do trecho do Rio Paraná, em especial nas passagens consideradas de difícil transposição.

Foram estudadas duas alternativas tecnológicas de derrocamento: pelo método de derrocamento a fogo ou por por apiloamento. Após a identificação das vantagens e desvantagens de cada solução, foi determinada a alternativa de maior viabilidade: o derrocamento a fogo.

Além do Projeto Executivo de Engenharia, também foi elaborado o Relatório de Controle Ambiental (RCA), que determinou a abrangência, os procedimentos e os critérios para a avaliação da viabilidade ambiental das obras de derrocamento do canal de navegação de Guaíra, no Rio Paraná.

Através da caracterização da situação ambiental atual do sítio e de sua evolução futura, pode-se avaliar os possíveis impactos ambientais, de natureza positiva ou negativa, estabelecendo-se uma valoração de suas consequências, sob a ótica de suas abrangências, temporalidades, reversibilidades, ocorrências temporais, magnitudes, relevâncias e significâncias.

Para os impactos negativos identificados, foram propostas medidas mitigadoras e compensatórias, estruturadas em programas ambientais a serem executados. Ao mesmo tempo, os diversos benefícios socioeconômicos, advindos da geração de empregos, incremento do uso da hidrovia e com maior segurança, aumento da arrecadação de impostos, redução de trânsito rodoviário, entre outros, demonstraram a viabilidade do empreendimento.

 

Sobre o Canal

No trecho estudado, no rio Paraná, existem três áreas críticas a jusante da Ponte Ayrton Senna. O volume de rochas a ser derrocado nessas três áreas para garantir uma largura de 100 m do canal e profundidade de 3,0 m é de aproximadamente 13.400 m³. Se fosse alterada a cota de derrocamento para -3,5m, o volume aumentaria para 29.650 m³, permitindo o tráfego de comboios com maior calado.

A partir do dimensionamento de equipamentos e de mão de obra para a execução do empreendimento, foi estimado um cronograma de quatro meses para conclusão dos serviços.