Publicação aponta mudanças na área de transportes do país
Investimentos do PAC em hidrovias e ferrovias mostram planejamento de políticas de integração multimodal
 
Integrar duas ou mais modalidades de transporte entre a origem e o destino de uma carga de forma sustentável e menos burocrática. Esse é o princípio que norteia a política de integração multimodal na área de transporte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os empreendimentos previstos pelo PAC na área de transporte estão reunidos no Atlas Multimodal, publicação lançada em outubro numa parceria entre o Instituto Tecnológico de Transportes da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR) e a Coordenação Geral de Meio Ambiente do DNIT (CGMAB), pertencente ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
 
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma política multimodal agrega em um mesmo contrato duas ou mais modalidades de transporte. No entanto, para obter êxito nessa proposta, os projetos nos setores rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário devem ser planejados de forma conjunta. Isso tudo levando em conta restrições ambientais nos arredores dessas obras, como unidades de conservação ambiental e terras indígenas.
 
Reunidos no Atlas, os projetos nos modais revelam o princípio de uma mudança de perspectiva na matriz de transportes no país, voltada atualmente para o setor rodoviário.
 
O problema desse modelo de transportes é que, segundo o DNIT, dos 1,7 milhões de quilômetros de estradas brasileiras, apenas 66 mil estão asfaltados. Até 2014, as rodovias federais deverão receber investimentos em mais de 56 mil quilômetros. Na publicação é possível perceber a preocupação em criar alternativas de transportes economicamente mais viáveis. Apenas no setor ferroviário há previsão para a implantação de mais de 6 mil quilômetros no mesmo período.
 
Outro avanço se verifica no modal hidroviário, para o qual o PAC destinou R$ 2,9 bilhões em recursos destinados a estudos e projetos de derrocamentos e dragagens para a implantação de hidrovias. Além da busca pela integração multimodal no país, fator que aumenta a competitividade dos produtos brasileiros, os mapas levam em consideração aspectos ambientais.
 
Desenvolvimento sustentável
O objetivo da publicação é o de facilitar o acesso à informação a técnicos, demais instituições participantes do processo de licenciamento ambiental e público interessado, contribuindo assim para uma melhor gestão em infraestrutura, compatibilizada com as ações de conservação ambiental.
 
Segundo a organizadora do material e coordenadora-geral de Meio Ambiente do DNIT, Aline Freitas, o diferencial da publicação é a preocupação ambiental. “O Atlas destaca as restrições ambientais do entorno das obras, as unidades de conservação e terras indígenas. Com isso é possível verificar do ponto de vista macro onde as rodovias, hidrovias, ferrovias e portos fluviais estão localizados em relação a essas áreas, permitindo que  se planeje medidas ou estudos que busquem amenizar, potencializar e mitigar os impactos ambientais dos empreendimentos de transporte”, explica.
 
Já de acordo com o professor e integrante do Conselho Diretor do ITTI-UFPR Eduardo Ratton, que é também organizador do Atlas, os mapas tornam públicas as medidas de planejamento no setor de infraestrutura no país: “O Atlas dá certa transparência nas ações do governo, e quando você tem uma informação isolada sobre uma determinada obra, você consegue visualizá-la espacialmente. E o Atlas então – até para uma pessoa que não seja técnica da área de transportes – revela a importância de cada um desses novos ramais rodoviários, ferroviários ou hidroviários”.
 
Já para a superintendente adjunta do ITTI-UFPR, professora Gilza Fernandes Blasi, a publicação é uma ferramenta de auxílio a órgãos ambientais e empreendedores. “É um instrumento para planejamento na área de transportes. Com a base de dados do DNIT com relação a áreas de conservação, terras indígenas e obras previstas nos PAC I e II foi possível aliar infraestrutura e meio ambiente, fornecendo informações básicas para os órgãos ambientais analisarem a concessão de licenças ambientais”, afirma.
 
 
Solução para desafogar rodovias
Além de fomentar uma política de interiorização dos transportes, os investimentos em hidrovias possibilitam a redução dos índices de poluição em até oito vezes em relação ao setor rodoviário, já que por suas características de transporte – contemplada por grandes volumes e distâncias –, o sistema hidroviário agrega preservação ambiental e custos inferiores aos demais modais.
 
Segundo o DNIT, há no Brasil 42 mil quilômetros de vias navegáveis. No entanto, o país utiliza apenas 8,5 mil quilômetros de hidrovias interiores, 67% delas localizadas na região amazônica. Dados da Daq indicam que são transportadas pelas hidrovias brasileiras 23 milhões de toneladas/ano.
 
Para o representante da Diretoria Aquaviária do DNIT Paulo Roberto Godoy, os investimentos em hidrovias, além de reduzirem os preços das mercadorias, também são uma medida para descongestionar o setor rodoviário. “O governo já identificou que não pode mais contar só com rodovias para o escoamento das safras de grãos e dos minérios. As rodovias já estão dando mais do que poderiam dar. Então, procuramos alternativas hidroviárias competitivas que, além de desafogar o trânsito, contribuam para a redução do custo do transporte”, explica.
 
Além de mais barato, o transporte por hidrovia polui cerca de oito vezes menos do que a utilização de caminhões, considerando um mesmo volume de carga, segundo Godoy. “Nas hidrovias a poluição é menor e os acidentes são raríssimos. São muitas vantagens”, conclui.
 
Confira os melhores momentos da entrevista com a superintendente adjunta do ITTI-UFPR, professora Gilza Fernandes Blasi.
Investimentos do PAC em hidrovias e ferrovias mostram planejamento de políticas de integração multimodal

Investimentos do PAC em rodovias, hidrovias e ferrovias mostram a preocupação do planejamento com políticas de integração multimodal. Integrar duas ou mais modalidades de transporte, entre a origem e o destino de uma carga, podem ser estratégias econômicas, de sustentabilidade e de menor burocracia. Esse é o princípio que norteia a política de integração multimodal na área de transporte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os empreendimentos previstos pelo PAC, na área de transportes, são destacados no Atlas Multimodal, publicação lançada em outubro de 2011, realizada através de uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Coordenação Geral de Meio Ambiente (CGMAB), vinculada ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

atlas_tabela02De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), um dos importantes ganhos promovidos por uma política multimodal diz respeito à operação do transporte de cargas através de um único contrato, ou seja, o operador multimodal fica responsável por todas as modalidades de transporte que a carga utilizará entre sua origem e seu destino. No entanto, para obter êxito nessa proposta, os projetos nos setores rodoviário, ferroviário e aquaviário devem ser planejados de forma conjunta. No planejamento destes diversos sistemas de transportes devem ser consideradas as restrições ambientais de seus locais de implantação, tais como as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas.

Com o uso do Atlas, que abrange todos os Estados da Federação, o planejador dos diversos projetos de ampliação ou de melhoria dos sistemas de transporte,  bem como os órgãos afetos ao licenciamento ambiental destes empreendimentos, terão fácil visualização das restrições espaciais decorrentes dos conflitos com áreas protegidas, permitindo os necessários ajustes antes do licenciamento ambiental.

Desenvolvimento sustentável
O objetivo da publicação é o de facilitar o acesso à informação a técnicos, instituições participantes do processo de licenciamento ambiental e público interessado, contribuindo assim para uma melhor gestão em infraestrutura, compatibilizada com as ações de preservação ambiental.

Segundo a Coordenadora Geral de Meio Ambiente do DNIT, Aline Figueiredo Freitas Pimenta, o diferencial da publicação é a preocupação ambiental. “O Atlas destaca as restrições ambientais do entorno das obras, as Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Com isso é possível verificar do ponto de vista macro onde as rodovias, hidrovias, ferrovias e portos fluviais estão localizados em relação a essas áreas, permitindo o planejamento de medidas ou estudos que busquem amenizar, potencializar ou mitigar os impactos ambientais dos empreendimentos de transporte”, explica.

Já de acordo com o Professor  Titular da UFPR , Eduardo Ratton, organizador do Atlas, os mapas tornam públicas as medidas de planejamento no setor de infraestrutura no país: “O Atlas dá certa transparência nas ações do governo, permitindo a visualização espacial da  implantação de cada empreendimento planejado. E também revela – até para uma pessoa que não seja técnica da área de transportes –o Atlas facilita a visualização de todos os sistemas de transportes principais implantados e planejados no País< sejam estes rodoviários, ferroviários ou hidroviários”. Para a professora do Departamento de Transportes da UFPR, Gilza Fernandes Blasi, a publicação é uma ferramenta de auxílio a órgãos ambientais e empreendedores. “É um instrumento para planejamento na área de transportes. Com a base de dados do DNIT com relação a áreas de conservação, terras indígenas e obras previstas nos PAC I e II foi possível aliar infraestrutura e meio ambiente, fornecendo informações básicas para os órgãos ambientais analisarem a concessão de licenças ambientais”, afirma.

 

Solução para desafogar rodovias
Além de fomentar uma política de interiorização dos transportes, os investimentos em hidrovias possibilitam a redução dos índices de poluição em até oito vezes em relação ao setor rodoviário, já que por suas características de transporte – contemplada por grandes volumes e distâncias –, o sistema hidroviário agrega preservação ambiental e custos inferiores aos demais modais.

Segundo o DNIT, há no Brasil 42 mil quilômetros de vias navegáveis. No entanto, são utilizados  apenas 8,5 mil quilômetros destas hidrovias interiores, 67% delas localizadas na região amazônica. Dados da Diretoria Aquaviária ( DAQ) indicam que são transportadas pelas hidrovias brasileiras 23 milhões de toneladas/ano.

Para o Engenheiro Paulo Roberto Godoy, da Diretoria Aquaviária do DNIT, os investimentos em hidrovias, além de reduzirem os preços finais das mercadorias, também são uma medida para descongestionar o setor rodoviário. “O governo já identificou que não pode mais contar só com rodovias para o escoamento das safras de grãos e dos minérios. As rodovias já estão dando mais do que poderiam dar. Então, procuramos alternativas hidroviárias competitivas que, além de desafogar o trânsito, contribuam para a redução do custo do transporte”, explica.

Além de mais barato, o transporte por hidrovia polui cerca de oito vezes menos do que a utilização de caminhões, considerando um mesmo volume de carga, segundo Godoy. “Nas hidrovias a poluição é menor e os acidentes são raríssimos. São muitas vantagens”, conclui.

 

Veja a entrevista da professora Gilza Fernandes Blasi ao programa Em Tese, da UFPR TV.

 

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Hendryo André

Assessoria em Comunicação

ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
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