Evento contou com apresentação de modelos internacionais de sinalização e também com experiências das próprias concessionárias brasileiras

 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) promoveu, entre os dias 27 e 29 de novembro, em Brasília, o Seminário Internacional de Sinalização e Comunicação Ferroviária. O evento foi o marco inicial da discussão sobre a padronização de toda a malha ferroviária do país, já que atualmente cada concessionária usa um tipo de comunicação e sinalização nas ferrovias.

O engenheiro ambiental do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR) Eduardo Mattos conta que a falta de modelo unificado é prejudicial para o uso de transporte ferroviário no país: “Atualmente é difícil interligar ferrovias de duas concessionárias diferentes, pois cada uma tem diferentes dispositivos e equipamentos e eles são indispensáveis para a segurança da ferrovia”.

O tema discutido no evento ganha maior relevância por conta do Programa de Investimentos em Logística, iniciativa do governo federal que até 2030 deve construir 10 mil quilômetros de novas ferrovias no país. Com a padronização, a nova malha ferroviária vai operar com um sistema de compartilhamento, chamado “open access”. Esse sistema só funcionará com eficiência se tiver uma padronização na comunicação e sinalização dessas ferrovias. Por isso, a intenção é que o modelo de padronização esteja pronto já em 2013, até para que as próximas licitações possam exigir as novas normas.

Representantes dos modelos de ferrovias dos EUA, Europa, Japão e Austrália participaram do seminário e apresentaram as políticas de padronização de cada um desses países. Além dessa exposição dos modelos internacionais, as concessionárias responsáveis por ferrovias brasileiras também apresentaram as experiências e modelos que já utilizam.

Para o professor do Departamento de Transportes da UFPR e coordenador de projetos do ITTI, Eduardo Ratton, que também participou do evento, um dos fatores mais relevantes que ocorreram durante os três dias de seminário foi a exigência de uma padronização para as futuras licitações. “O seminário contribuiu porque destacou a importância da padronização do sistema de sinalização e do contingente operacional de forma conjunta entre todas as 11 concessionárias que formam o sistema ferroviário brasileiro”, explica o professor.

Um grupo de trabalho, formado pelo Ministério dos Transportes, da ANTT e de representantes da indústria ferroviária e das concessionárias, vai estudar e definir o padrão que deverá ser adotado pelas ferrovias. “A tendência é que se escolha o modelo europeu, porque é o mais adaptável para a malha ferroviária brasileira. E é o que apresenta o maior índice de segurança também”, explica Mattos. A primeira reunião com membros do GT será realizada no próxima dia 12 de dezembro.

 

Hendryo André e Giovanna Jambersi
Assessoria de comunicação
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