Equipe percorreu a rodovia a pé e instalou armadilhas fotográficas para registrar o comportamento da fauna

Uma equipe da Gestão Ambiental “BR-135 BA/MG | Jeito Novo de Viver” executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em cooperação com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) percorreu o trecho de 420 km entre os municípios de Barreiras/BA e Manga/MG com o objetivo de contabilizar a quantidade de animais silvestres mortos vítimas de acidentes na rodovia.

O percurso foi realizado por quatro dias consecutivos como parte do Subprograma de Monitoramento e Mitigação dos Atropelamentos de Fauna e que deve ser executado pela gestora ambiental durante toda a fase de implantação da rodovia com o intuito de identificar os pontos de maior incidência de atropelamentos. Com base no trabalho será avaliada a necessidade da adoção de medidas preventivas para reduzir as ocorrências envolvendo animais silvestres.

Trabalho
A bióloga da UFPR Marcela Sobanski explica que as amostragens de atropelamento são realizadas de duas formas. Existe o monitoramento mensal quando a equipe percorre o trecho de veículo por três dias seguidos, sendo que cada dia a equipe monitora um segmento da rodovia, e há o monitoramento realizado a cada três meses quando também é feito parte do trecho a pé.

“Nas inspeções realizadas mensalmente a equipe percorre o trecho de carro a uma velocidade média de 40 km/h para que não haja perda das informações e para que seja possível parar o veículo para realizar a identificação e registro do animal atropelado”, conta.
Ela destaca que cada segmento da rodovia é percorrido nos dois sentidos no mesmo dia de modo que a amostragem é realizada em ambos os lados. Nestas inspeções, após o registro os animais são retirados da rodovia para evitar sua recontagem.

Percurso a pé
Já a cada três meses, além de percorrer o trecho de carro, as inspeções incluem percorrer 21 quilômetros da rodovia a pé, o que foi feito agora no mês de maio.
“Foram percorridos sete trechos de três quilômetros, selecionados de forma aleatória e percorridos a pé para que tenhamos uma estimativa do que denominamos de taxa de detecção, onde comparamos o número registros obtidos pela equipe que fez o trecho a pé com o número de registros da equipe que fez o mesmo trecho com o carro”, comenta Marcela.

programa fauna

Além de percorrer estes trechos a pé, as inspeções trimestrais ocorrem durante quatro dias seguidos, onde a cada dia o trecho da BR-135 de Barreiras a Manga/MG é percorrido e os animais atropelados são registrados, pesados e marcados com tinta spray, sem que haja a retirada dos mesmos da rodovia (a retirada é feita apenas no último dia). A cada novo dia de inspeção é avaliada a continuidade destas carcaças na rodovia. A bióloga explica que estas informações fornecem a chamada taxa de remoção, ou seja, por quanto tempo as carcaças costumam permanecer na rodovia, uma vez que a atividade de animais carniceiros e o próprio tráfego de veículos podem deteriorar rapidamente as carcaças.

“Ambas as taxas, de detecção e de remoção, nos permitem avaliar o quanto nossos dados podem estar subestimados, sendo possível assim ter uma estimativa mais precisa do impacto da rodovia sobre a mortandade direta de animais silvestres por atropelamento”, ressalta Marcela.
Ao final de um ano de monitoramento será feita uma comparação entre as taxas de atropelamento por estação do ano (seca e chuvosa), bem como uma análise para a identificação de pontos críticos de atropelamentos.

Armadilhas
Ainda fez parte do trabalho realizado nesta última semana do mês de maio a instalação de armadilhas fotográficas em pontos do trecho entre Barreiras/BA e Manga/MG, que foram instaladas em pontes e bueiros que permitem a travessia seca de fauna. “As armadilhas são programadas para registrar a data e horário de movimentação dos animais para que possamos acompanhar as atividades das espécies da região”, esclarece Marcela.

programa fauna 1

A partir da análise dos dados obtidos em campo serão elaboradas propostas de medidas mitigadoras, como passagens de fauna em desnível e redutores de velocidade, que será enviada para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para análise e aprovação prévia à instalação.
Animais registrados no mês de maio
Neste mês de maio de 2017 foram registrados 23 animais atropelados, sendo 18 animais silvestres e 5 animais domésticos.

Assessoria de Comunicação Social
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