UFPR/ITTI utiliza veículo aéreo não tripulado para reconhecimento da vegetação no entorno de rodovias
Tecnologia oferece imagens com qualidade superior às registradas via satélite
Veículos aéreos não tripulados estão sendo utilizados pela UFPR, através do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) e Instituto Simepar, em estudos para o reconhecimento e monitoramento da vegetação presente no entorno de rodovias que devem passar por obras. O objetivo é usar o aeromodelo para o registro da flora na elaboração de inventários florestais exigidos para o licenciamento ambiental destes empreendimentos.
A proposta do Sistema Autônomo para Monitoramento Ambiental (SAMA) foi apresentada em junho durante o Workshop de Flora, organizado pela Coordenação Geral de Meio Ambiente (CGMAB), órgão vinculado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O sistema é inovador por apresentar baixos custos e oferecer imagens aéreas de qualidade muito superior às registradas por sensoriamento remoto via satélite, por exemplo.
“Conhecido pela sigla VANT, o avião é equipado com uma câmera de 14.2 megapixels, programada para fotografar uma imagem a cada quatro segundos. A reunião destas imagens forma um mosaico de alta resolução usado para o planejamento de inspeções de campo e posterior quantificação da vegetação a ser suprimida”, explica o pesquisador responsável pelo projeto, José Eduardo Gonçalves, do Instituto Simepar.
“As aplicações para este sistema são inúmeras, desde o uso para fins militares até pesquisas para monitoramento atmosférico, levantamentos florestais e estudos de uso e ocupação do solo, depende da criatividade de cada um”, afirma o engenheiro civil do ITTI mestrando em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pela UFPR, Philipe Ratton.
Um teste foi realizado na BR-158/PR, entre Campo Mourão e Roncador. Programado através do piloto automático, o aeromodelo percorreu os 63,9 km, divididos em trechos de aproximadamente 15 km, a uma altura de 400 metros e velocidade de 75 km/h. O tempo de voo em cada trecho foi de aproximadamente 25 minutos.
Além da BR-158/PR, um sobrevoo foi realizado na BR-262/MS, no Mato Grosso do Sul, trecho entre Anastácio e Corumbá. Neste teste, foram registrados detalhes, como vegetação rasteira e gado, que seriam imperceptíveis nas imagens por sensoriamento remoto ou aeronaves convencionais. Além disso, entre as vantagens, está o fato de o SAMA permitir o registro de áreas de difícil acesso, como florestas e rodovias em obras. Segundo o engenheiro civil do ITTI mestrando em Ciências Geodésicas pela UFPR, Cristhyano Cavali da Luz, a utilização de aeronaves não tripuladas está em crescente expansão, fato este que se deve a vasta aplicabilidade e mobilidade do sistema, associadas à redução de tempo e custo operacional.
Assista ao vídeo e veja como são feitos os sobrevoos:
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