O engenheiro cartógrafo Dyeison Mlenek, do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI/UFPR), elaborou e ministrou o Curso Introdução ao Levantamento Aerofotogramétrico com Drone.

O treinamento aconteceu na unidade local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Barreiras, na Bahia.

Mlenek é graduado em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura e mestre em Engenharia Florestal pela UFPR.

O curso, que contou com aulas teóricas e práticas, teve o objetivo de explorar as técnicas de coleta de dados utilizando aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), também conhecidas como drones.

Além disso, o objetivo do curso também foi apresentar noções básicas de fotogrametria e geoprocessamento.

Permitindo, assim, que os técnicos do órgão federal coletem dados em campo com qualidade fotogramétrica.

As aulas foram ministradas entre os dias 20 e 23 de outubro, respeitando as condições exigidas para a realização de eventos presenciais durante a pandemia.

Foi feito o uso de máscaras, higienização do local e número reduzido de alunos, permitindo o distanciamento necessário.

As aulas práticas foram realizadas ao ar livre, em espaço cedido pelo DNIT.

O dia 30 de outubro foi dedicado à consultoria individual para aqueles que tivessem dúvidas sobre os exercícios realizados na semana anterior.

Parte teórica e Prática

Segundo Dyeison Mlenek, a parte teórica cumpriu toda a ementa proposta, composta por:

  • introdução à fotogrametria
  • geodésia
  • geoprocessamento
  • legislação
  • levantamento
  • processamento fotogramétrico

“Entre os destaques está a explicação sobre como os algoritmos atuais funcionam. Hoje a fotogrametria digital tem um avanço tecnológico bastante significativo, logo há diferenças quanto à fotogrametria convencional.  Então todas essas mudanças e avanços foram explicados durante o curso, para que os alunos consigam coletar dados de forma mais eficiente quando estiverem em campo”, explica o engenheiro.

Na parte prática, os alunos puderam participar de todo o processo necessário para pilotar um drone.

“Eles começaram fazendo o cadastro na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), onde também foi cadastrado um drone do DNIT, além do cadastro no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Depois, com todos os cadastros necessários, a turma pode seguir para a aula prática, que começou com o planejamento de um aerolevantamento”, completa.

As aulas

Com base na área onde a equipe executaria o voo, foi realizado o planejamento de campo.

Começando pela solicitação de acesso ao espaço aéreo no DECEA, a análise de risco operacional, o plano de terminação de voo, o planejamento de voo e dos pontos de apoio.

Já em campo, a primeira atividade foi a instalação dos pontos de apoio pelos próprios alunos, previamente instruídos pelo engenheiro.

“A coleta de dados destes pontos é feita por um GPS de alta precisão. Desta forma eles puderam identificar os pontos com coordenadas precisas e em tempo real, para que depois as correções de processamento sejam feitas”.

O segundo passo foi a execução do plano de voo em si. Nesse momento os alunos foram instruídos sobre os comandos: como ter uma operação segura, como controlar a aeronave e como pousar, por exemplo.

“Eles viram na prática o quão difícil é uma operação com drone e quais são as responsabilidades de quem o pilota”, conta Mlenek.

A universidade e a prática

Para o engenheiro, esta foi uma experiência diferente.

“Eu já havia ministrado outros cursos com duração menor, um curso de 40 horas foi muito gratificante, pois proporcionou uma rica troca de conhecimento e experiência, e aos alunos um aprendizado completo e atual sobre o tema”.

Segundo Heli Bomfim Nunes, analista em infraestrutura de transportes da unidade local do DNIT em Barreiras/BA e idealizador do curso, a ação foi extremamente interessante para a superintendência, pois os conhecimentos adquiridos serão utilizados em diversas áreas da engenharia rodoviária.

“Na minha opinião, esse tipo de iniciativa deveria ser adotado em todos os termos de cooperação e convênios celebrados com universidades, tanto pela transferência de conhecimento teórico, adquirido no âmbito da universidade, bem como pelo conhecimento prático nas observações de campo, que são obtidas durante a execução dos serviços”, nos conta.

“Para o corpo técnico, o ponto chave é justamente essa troca de know-how adquirido durante a execução dos serviços contratados, que melhora todos os processos desenvolvidos, não apenas os da gestão ambiental, mas os processos da gestão rodoviária como um todo”, completa Heli Bomfim Nunes.

Para o ITTI, um evento deste porte (com aulas práticas e teóricas, material didático e certificado de horas) é um reflexo da excelência dos projetos de extensão da instituição.

Dessa forma, seus profissionais podem disseminar o conhecimento adquirido na universidade e na atuação cotidiana em diversos projetos.

Além disso, a parceria com o DNIT demonstra a intenção de contribuir com este órgão federal, a partir dos conhecimentos necessários para a implementação da aerofotogrametria com o uso de drones nos processos de monitoramento e gerenciamento de rodovias, tanto em sua manutenção quanto na construção de novas rodovias.

 

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Gestão Ambiental – O curso é mais uma ação proporcionada pela Gestão Ambiental da BR-135/BA/MG, realizada desde 2016 pelos profissionais do ITTI, por meio de um termo de cooperação entre a UFPR e o DNIT. Dentre as ações da Gestão estão obras em diversos segmentos rodoviários entre São Desidério/BA e Manga/MG, como por exemplo o gerenciamento e a supervisão ambiental das obras de implantação e pavimentação do Lote 5 (entre Cocos/BA e a divisa de Minas Gerais), de melhoramento e ampliação do Lote 4 (entre Cocos e Coribe/BA), além da execução de programas ambientais como o de Proteção à Fauna, de Proteção à Flora, de Educação Ambiental e de Comunicação Social, entre outros.