A versão digital do livro “História da Astronomia no Brasil”, obra que aborda a memória da Astronomia nacional e que foi escrita com a colaboração de mais de 30 pesquisadores de diversas instituições de todo o País, está disponível online, na íntegra e gratuitamente.

A publicação foi organizada pelo professor Oscar Matsuura, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e conta com a participação do professor Dr. Carlos Aurélio Nadal, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O livro compila a revisão bibliográfica da história da Astronomia no Brasil e a periodização da história das ciências no país. Também traz uma avaliação de todo o conhecimento acumulado e do seu potencial para futuros estudos.

Capa Historia da AstronomiaLivro Astronomia
A obra é considerada inédita, por sua extensão e abrangência. A última publicação com mesmo tema foi originalmente lançada em 1955, por Abrahão de Moraes e reeditada em 1984 pela Universidade Estadual de São Paulo (USP).

“Nós não temos publicações de história da ciência no Brasil, o que é uma deficiência. E esta obra aglutina pesquisadores de todo o País para registrar como foi e prever como será a Astronomia no nosso futuro, o que é muito relevante”, comenta o professor do Departamento de Geomática da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Aurélio Nadal – também diretor de Meio Ambiente do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade (UFPR/ ITTI).

A versão impressa, com dois volumes e cerca de 1.300 páginas, foi publicada em 2014 pela Companhia Editora de Pernambuco, iniciativa da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST).

Arqueoastronomia
O 2º capítulo do livro, “Arqueoastronomia no Brasil”, foi escrito por Nadal – que é doutor em Ciências Geodésicas – em conjunto com o professor aposentado do Departamento de Física da UFPR, Germano Bruno Afonso, doutor em Astronomia.

A Arqueoastronomia envolve conhecimentos em Astronomia, Arqueologia, Antropologia, História da Arte, entre outras áreas. “Eu e o professor Germano pesquisamos Arqueoastronomia desde 1991. O capítulo que escrevemos traz informações da pré-história da Astronomia brasileira, embora muita gente pense que não existiu pré-história aqui”, comenta Nadal.

O capítulo apresenta alguns dos principais sítios arqueológicos brasileiros conhecidos, como círculos e alinhamentos de rochas orientados para os pontos cardeais, pinturas e gravuras rupestres que representam astros e estrelas, petróglifos e geoglifos, e traz analises baseadas na Astronomia indígena.

O professor cita como exemplos estudos realizados com geolitos na Amazônia. “São escavações impressionantes, que formam figuras como retângulos e círculos. Eles chegam a ter 200 metros de diâmetro, valas com 25 metros de profundidade e 50 metros de largura. Foram construídos pelo homem, e nós buscamos entender como eles usavam os astros para se orientar e fazer estas representações”.

Outro exemplo são cavernas da Bahia, objeto de estudo dos pesquisadores no passado, que atualmente fazem parte de um dos projetos da UFPR/IITTI, relacionado à rodovia BR-135 (BA). “Hoje algumas destas cavernas localizam–se ao longo de um pequeno trecho da rodovia, e o nosso trabalho tem como intuito preservar este patrimônio natural e histórico”, explica.

Nadal lembra que os estudos na área de Astronomia na UFPR são antigos. A primeira publicação da área de Engenharia da Universidade foi sobre Astronomia, realizada pelo professor Plínio Alves Monteiro Tourinho. “A obra traz um tratado de Astronomia, mas com uma visão positivista”, analisa. Tourinho foi fundador do Instituto de Engenharia do Paraná, professor de Astronomia entre os anos de 1934 e 1950 na UFPR.

A Engenharia está intimamente ligada à Astronomia porque, antes de existirem sistemas modernos de georreferenciamento, como GNSS e GPS, o posicionamento geográfico era realizado através da Astronomia, conforme explica o professor. “Por isso os engenheiros estudavam Astronomia de Campo e muitos estão envolvidos com a Astronomia no Brasil atualmente. Não somos arqueólogos, e a Arqueologia brasileira é muito bem desenvolvida. Mas queremos colaborar com a visão astronômica nesta área”, comenta.

Segundo o professor, o livro deve ser lançado também em inglês, em breve, para que a comunidade internacional possa ter acesso à história da Astronomia brasileira.

Serviço:
O capítulo escrito pelo professor, “Arqueoastronomia no Brasil”, pode ser acessado AQUI.

História da Astronomia no Brasil (2013)
MAST/MCTI, Cepe Editora e Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco | Recife, 2014
Oscar T. Matsuura (Org.)
Comissão Editorial: Alfredo T. Tolmasquim, Antonio Augusto P. Videira,
Christina H. Barboza e Walter J. Maciel
Companhia Editora de Pernambuco – Cepe | Recife, 2014
Realização do Museu de Astronomia e Ciências Afins
Apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco
ISBN da versão digital – Volume 01 : 978-85-7858-276-0/ Volume 02 : 978-85-7858-277-7

 

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