A qualidade da água é um tema constante nas atividades do Programa de Educação Ambiental (PEA) que faz parte da Gestão Ambiental da BR- 135 BA/ MG. O tema é trabalhado nas escolas dos municípios impactados pela obra, nas atividades mensais com os trabalhadores do empreendimento e também com a população diretamente impactada pela implantação da rodovia. A Gestão Ambiental é realizada pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná por meio de uma termo de cooperação com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Em alusão ao Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira (22), a Gestão Ambiental propôs através da atividade do PEA na comunidade da Várzea, no município de Cocos/ BA, um debate e pediu a colaboração de todos os moradores para a preservação do Rio Cocos, que fica próximo ao povoado e que apresenta sinais de poluição.

Na atividade, eles assistiram ao documentário “É Rio ou valão?” do Circuito Tela Verde, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e debateram os dados resultantes das oito coletas de água já realizadas no Rio Cocos pelo Programa de Controle, Monitoramento e Mitigação de Impactos nos Recursos Hídricos da Gestão Ambiental da BR-135 BA/MG, que mostram um aumento significativo nos níveis de coliformes fecais nas águas do rio.

“Na atividade ressaltamos a importância da água do rio, já que ela é utilizada por toda a comunidade. Outro destaque foi de que forma a poluição pode impactar na bacia hidrográfica como um todo e não somente no local onde a comunidade está inserida, despertando assim um senso de cidadania em relação a esse recurso tão essencial à todos”, explicou a bióloga e educadora ambiental da Gestão Ambiental, Marina de Souza.

De olho no rio – Numa parceria entre os Programa de Educação Ambiental e o Programa de Controle, Monitoramento e Mitigação de Impactos nos Recursos Hídricos, a atividade do PEA com a turma do 9º ano do Centro Educacional Durval Rocha no Povoado de São João do Porto Alegre, em Cocos /BA também tratou do tema qualidade da água.  Os alunos foram até a beira do Rio Itaguari, que fica próximo ao povoado, para saber como se faz o monitoramento da qualidade da água no rio. Eles receberam a caderneta “De olho no Rio”, desenvolvida pela equipe da Gestão Ambiental e puderam verificar os parâmetros de qualidade como, pH, oxigênio dissolvido e temperatura.

Os alunos Kaylane  Souza Santos e Luis Henrique Almeida Santos gostaram muito do dia de aula fora da escola. “Aprendemos a diferença entre ácido e base na prática com a medição do pH e também pudemos ver como são feitas estas análises com a sonda”, afirmou Kaylane. Já Luis Henrique gostou mais de saber sobre a composição da água que foi abordada em sala de aula.  A Atividade também foi aprovada pelo professor Fábio de Barros Lopes. “Eu saio de casa para ensinar e sou eu quem acabo aprendendo muito. Sou grato a toda equipe”, disse.

Monitoramento – As águas dos rios Cocos, Carinhanha e Itaguari, na região oeste da Bahia, são periodicamente monitoradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), durante a implantando a BR-135 BA/ MG.

Através da Gestão Ambiental, os executores do Programa de Controle, Monitoramento e Mitigação de Impactos nos Recursos Hídricos coletam amostras de água para avaliar se a execução das obras está provocando algum impacto negativo nos rios e consequentemente na qualidade da água na região.

“A coleta trimestral é realizada em dois pontos amostrais em cada curso d’água, sendo eles, 100 metros acima e 100 metros abaixo dos locais onde estão sendo construídas as pontes da rodovia”, explica o engenheiro ambiental da Gestão Ambiental, João Vinicius Sachet.

As amostras são analisadas em laboratório, que avalia critérios como temperatura, cor, turbidez, sólidos totais dissolvidos, coliformes, entre outros. Ao todo são observados 15 itens que atendem a Resolução CONAMA nº 357/05, dos quais nove são utilizados para o cálculo do Índice de Qualidade da Água (IQA).

“Esse trabalho permite uma visão ampla do que está ocorrendo nos cursos d’água, identificando as fontes de poluição e o grau de comprometimento. Se algum dos itens estiverem fora do estabelecido pela legislação conseguimos sugerir medidas preventivas e corretivas”, ressalta o engenheiro ambiental.

Desde o início das obras, em 2016, já foram realizadas nove campanhas. A última delas foi realizada no dia 19 de março e os resultados ainda estão sendo analisados.