Bióloga explica monitoramento de animais atropelados na BR 262/MS
Desde junho, número de atropelamentos chega a quase 200. Entre os registros há espécies ameaçadas de extinção
Só em setembro, 42 animais foram atropelados entre Anastácio e Corumbá, trecho em obras da BR 262 (MS). Os dados são do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna, do ITTI. O monitoramento começou em junho deste ano e já registra 192 animais mortos, 17 deles envolvendo espécies raras ou ameaçadas de extinção.
programa tem coordenação da bióloga Marcela Barcelos Sobanski. Formada em 2002 pelo Centro Universitário de Brasília e no ITTI desde 2009, Sobanski explica como são realizadas as inspeções e o que será feito a partir dos dados coletados.
Confira!
Qual o objetivo do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna?
Nossa equipe percorre semanalmente os 284 km do trecho entre Anastácio e Corumbá a uma velocidade de 60 km/h. Quando avistam uma carcaça, param e registram a espécie, as coordenadas geográficas, fazem análise da vegetação e da situação da pista. Por fim, o animal é retirado da pista para não atrair outros.
As inspeções contam com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus Pantanal, em Corumbá. O professor Nelson Rufino Albuquerque, coordenador do curso de Biologia e do laboratório de Zoologia da UFMS, acompanha o monitoramento.
Com os dados coletados em um ano, vamos identificar pontos de maior concentração de atropelamentos. A partir daí, serão testadas alternativas para diminuir as incidências. Com os dados coletados, vamos identificar pontos de maior concentração de atropelamentos.
A partir daí, serão testadas alternativas para diminuir as incidências. Entre elas, telamento em trechos da rodovia, redutores de velocidade e educação ambiental.
Além disso, será trabalhada a vistoria das passagens de fauna – que são as pontes para o animal atravessar a pista – por meio de armadilhas fotográficas. A rodovia corta o habitat do animal. Queremos saber se ele realmente tem utilizado as passagens.
Quais os resultados do monitoramento até agora?
De junho a setembro, foram registrados 192 animais atropelados, 81% deles são mamíferos. Também foram registrados atropelamentos de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção, que é o caso da anta, tamanduá-bandeira, lontra e jaguatirica.
Mas é bom lembrar que esses números são subestimados, algumas bibliografias dizem que em até 50%. Isso porque existem animais pequenos que são logo carregados por animais necrófagos e animais que não morrem imediatamente na beira da estrada – então acabam não sendo contabilizados.
Qual é o público do programa de educação ambiental?
Escolas, turistas e motoristas, principalmente caminhoneiros.
As estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que, em 2010, foram registrados 173 acidentes nesse trecho e 70% são de saída da pista e atropelamento de fauna. Muitas saídas da pista são para desviar de animais.
Só carros pequenos danificados são registrados, porque acionam seguro. Como os caminhões simplesmente passam por cima, mas não ficam comprometidos, então não entram na conta.
Hoje a velocidade permitida é 80km/h, só que a rodovia possui um grande defeito: muitos quilômetros de retas e curvas suaves. Então, os motoristas exageram na velocidade. Por isso, além dos redutores de velocidade, é importante um programa de educação ambiental.
Nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, o ITTI esteve no 1º Workshop de Fauna, em Brasília. Como foi?
O evento teve por objetivo discutir aspectos relacionados à fauna no licenciamento ambiental das rodovias federais a partir da exposição de experiências e debates de ideias entre especialistas, consultores, engenheiros, professores e pesquisadores. Entre os temas abordados estavam o licenciamento e monitoramento de fauna nas estradas, com destaque ao atropelamento de fauna e as alternativas para minimizá-lo.
LEGENDA FOTO MARCELA: Marcela é bióloga e faz parte da equipe do ITTI desde 2009
LEGENDA FOTO ANIMAL NA ESTRADA: Entre os 192 registros de animais atropelados, 17 pertencem a espécies raras ou ameaçadas de extinção.
Assessoria de Comunicação
ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
(41) 3226 6658
Só em setembro, 42 animais foram atropelados entre Anastácio e Corumbá, trecho em obras da BR 262 (MS). Os dados são do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna, do ITTI. O monitoramento começou em junho deste ano e já registra 192 animais mortos, 17 deles envolvendo espécies raras ou ameaçadas de extinção.
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O programa tem coordenação da bióloga Marcela Barcelos Sobanski. Formada em 2002 pelo Centro Universitário de Brasília e no ITTI desde 2009, Sobanski explica como são realizadas as inspeções e o que será feito a partir dos dados coletados. Confira!
Qual o objetivo do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna?
Nossa equipe percorre semanalmente os 284 km do trecho entre Anastácio e Corumbá a uma velocidade de 60 km/h. Quando avistam uma carcaça, param e registram a espécie, as coordenadas geográficas, fazem análise da vegetação e da situação da pista. Por fim, o animal é retirado da pista para não atrair outros.
As inspeções contam com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus Pantanal, em Corumbá. O professor Nelson Rufino Albuquerque, coordenador do curso de Biologia e do laboratório de Zoologia da UFMS, acompanha o monitoramento.
Com os dados coletados em um ano, vamos identificar pontos de maior concentração de atropelamentos.
A partir daí, serão testadas alternativas para diminuir as incidências. Entre elas, telamento em trechos da rodovia, redutores de velocidade e educação ambiental. Além disso, será trabalhada a vistoria das passagens de fauna – que são as pontes para o animal atravessar a pista – por meio de armadilhas fotográficas. A rodovia corta o habitat do animal. Queremos saber se ele realmente tem utilizado as passagens.
Quais os resultados do monitoramento até agora?
De junho a setembro, foram registrados 192 animais atropelados, 81% deles são mamíferos. Também foram registrados atropelamentos de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção, que é o caso da anta, tamanduá-bandeira, lontra e jaguatirica.Mas é bom lembrar que esses números são subestimados, algumas bibliografias dizem que em até 50%. Isso porque existem animais pequenos que são logo carregados por animais necrófagos e animais que não morrem imediatamente na beira da estrada – então acabam não sendo contabilizados.
Qual é o público do programa de educação ambiental?
Escolas, turistas e motoristas, principalmente caminhoneiros. As estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que, em 2010, foram registrados 173 acidentes nesse trecho e 70% são de saída da pista e atropelamento de fauna. Muitas saídas da pista são para desviar de animais.Só carros pequenos danificados são registrados, porque acionam seguro. Como os caminhões simplesmente passam por cima, mas não ficam comprometidos, então não entram na conta.Hoje a velocidade permitida é 80km/h, só que a rodovia possui um grande defeito: muitos quilômetros de retas e curvas suaves. Então, os motoristas exageram na velocidade. Por isso, além dos redutores de velocidade, é importante um programa de educação ambiental.
Nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, o ITTI esteve no 1º Workshop de Fauna, em Brasília. Como foi?
O evento teve por objetivo discutir aspectos relacionados à fauna no licenciamento ambiental das rodovias federais a partir da exposição de experiências e debates de ideias entre especialistas, consultores, engenheiros, professores e pesquisadores. Entre os temas abordados estavam o licenciamento e monitoramento de fauna nas estradas, com destaque ao atropelamento de fauna e as alternativas para minimizá-lo.
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Desde junho, número de atropelamentos chega a quase 200. Entre os registros há espécies ameaçadas de extinção
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Assessoria de Comunicação
ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
(41) 3226 6658